29 de mar. de 2010

Psicologia barata

Acreditem, esmaguei meu cérebro contra a parede por pelo menos onze vezes, até que ele se transformasse em um pastoso líquido cinza com uma leve camada de espuma de neurônios. Deixei-o esparramado pelo chão por três dias consecutivos, até que os pensamentos evaporassem da mistura e pudessem cair em forma de chuva no dia seguinte.
Tenho esperado o momento mais apropriado para fazer o mesmo com o coração.

26 de mar. de 2010

Borboleta azul.

Surge aqui uma nova ordem.

A nova velha ordem dos poetas, agora ditos poetas da Nova Era. Os mesmos seres que hà muito vem ditar e esclarecer fatos em diferentes povos e partes da terra.
Agora chegou até aqui. Pode escrever daquiparali e no fim todos saberão.
Há os mais exaltados que fazem seus desenhos em campos de milho e que se utilizam de menos sutileza para dar o recado.
Nos outros tempos era mais fácil, todos acreditavam ainda em magia, bruxos e fadas. Agora já nao é tao simples.
Bom mesmo seria fazer levantar aquele outro continente e ver o balancear de camarote.
Isso sim ia ser bom.

24 de mar. de 2010

Novo Emprego.

Meu nome é Manfredo, sou Brasileiro, nascido e criado na cidade de São Paulo, tenho 54 anos e exibo
um belo bigode em minha face. Aparado e lustrado todos os dias a 15 anos.
Fumo Marlboro vermelho e corto o cabelo no salão do seu Lino, um oficial do exército aposentado. De três em três dias,
eu me faço presente em seu estabelecimento para cuidar da barba, mas em meu bigode só quem toca sou eu.
Sou casado a 10 anos com Genoveva, uma moça exemplar. Nos conhecemos em um baile do bairro, e hoje temos uma prole de três lindas crianças.
O mais velho estuda no Paraná e a mais nova em um internato. Meu filho do meio fugiu de casa, e desde então
nunca mais deixei ele voltar para dentro da minha residência.
Sou escritor e fui contratado para escrever sobre os mais diversos tópicos neste blog.
E meu trabalho começa poraqui.

23 de mar. de 2010

Efêmero

Que desilusão é despertar no frio pós-sonho-de-nuvens.

Balão Azul

Era uma vez um balão.

Era uma vez um balão lindo, radiante, que por onde passava espalhava a alegria para todos que o viam.

Mas esse balão tinha algo diferente, algo que o fazia brilhar mais que os outros balões.
Esse balão era feito de azul. E deste balão uma história vou contar.

Pois eis que um dia, um velho carpinteiro, resolveu voar. E como é de conhecimento de muitos, os carpinteiros costumam saber de muitas coisas, coisas que a maioria das pessoas talvez, nunca tenha ouvido falar.

Este carpinteiro em particular, tinha uma qualidade única. Ele conseguia fazer projetos usando qualquer tipo de material... Isso mesmo, tinha o dom de fabricar qualquer objeto que lhe viesse a mente, usando qualquer tipo de coisa. Por exemplo, foi ele que inventou os célebres sapatos feitos de grama e as camisas-de-vento. Outra de suas invenções clássicas foi o regador-de-lagrimas, que por sinal caiu em esquecimento e hoje em dia só é usado por bruxos e fadinhas, em seus jardins divinais.

Mas esta história é sobre o balão azul, um outro dia quem sabe falaremos de suas outras nobres invenções...
Um belo dia, já cansado de construir coisas que poderiam ser guardadas e esquecidas, o carpinteiro decidiu fazer a sua ultima invenção. Passou meses planejando e sonhando como seria o seu balão. ( O carpinteiro tinha um método único de planejamento, que era nos sonhos). E esperou o dia certo para começar a sua obrima máxima.

Então o dia certo chegou, era uma manhã fria e muito ensolarada, e o carpinteiro chamou alguns de seus amigos para lhe ajudarem nessa empreitada.
Apareceram os mais diversos seres para ajuda-lo. As primeiras a chegar foram as fadas, que em um piscar de olhos já estavam lá, purificando todo o ambiente com seus borrif-a-mores de sol. Quem chegou logo em seguida foram os dromedários verdes de Aluska (uma cidade vizinha da casa do nosso personagem). Os dromedários eram conhecidos por todos, por seu alto grau de concentração, o que facilitava (e muito), o trabalho de todos quando eram chamados. Apareceram também os ursos barítonos, as lagartas findalgos, e até mesmo os obscuros nutiles de rapé que somente saiam de suas moradias para eventos muito especiais. O carpinteiro chamou a todos para que se reunissem em roda no meio de seu jardim encantado.
Todos deram as mãos ( ou patas ), e comandados pelos dromedários começaram a entoar estranhas vibrações.
Logo depois, cantaram 3 Pai Nosso e 3 Ave Maria, e o carpinteiro se tornou um grande balão azul e saiu voando pelo mundo, com a promessa de parar o seu vôo somente no dia em que todas as pessoas no mundo estivessem alegres e satisfeitas.
E até hoje, todos nós esperamos por sua volta. Não é dificil passar por alguem sentado olhando para o céu, seja a noite ou seja de dia. Sempre haverá algum sonhador esperando a passagem do lindo balão azul.

19 de mar. de 2010

Dorme, ruazinha... É tudo escuro...
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos...

Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...

O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme ruazinha... Não há nada...

Só os meus passos... Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...















Quintana

18 de mar. de 2010

barquinha

seguia a velha barquinha
em uma cascata de agua univeral
a cada passada coloria uma pedra

seguia a velha barquinha
cortando areias e misturando emoções

seguia a velha barquinha
passando por rio de ilusões e mares agitados

seguia a velha barquinha
a cada dia mais
ficava dourada como o sol

a barquinha feita de ouro, refletia a prata da lua
e seguia a velha barquinha

17 de mar. de 2010

Pat Metheny - Orchestrion







O bom e velho Pat, sempre pensando grande.
Com esse novo projeto chamado Orchestrion, Pat Metheny chama robôs para intergrar uma fantástica banda onde ele mesmo controla todos os instrumentos. Baseado nas antigas máquinas de fazer música do século 19, como as pianolas, o guitarrista utiliza diversos 'instrumentistas-robôs', que são controlados por sinais midi disparados pela sua guitarra e por um sequenciamento previamente organizado. Com uma parafernália gigantesca de pedais, Pat pode controlar qualquer um dos instrumentos dispostos no palco, e improvisar não só com sua guitarra, mas também com os braços mecânicos que tocam a bateria, as congas ou o set de marimbas. Tudo isso, claro, sem deixar de lado o seu jazz feeling.

sambaqui.

enquanto eu poderia desmentir duas ou três palavras
você desmentiria um mundo inteiro

enquanto eu poderia cantar 5 ou 6 músicas
você brincaria de orquestra

enquanto eu apreciaria a sua beleza incomparável
você fugiria com o porteiro.

e eu diria conformado.
poisé, a vida tem sempre razão.
bateu, acabou a aula, correr lá pra fora, ver velhos amigos e meninas bem penteadas,
tentar fugir do colégio e na porta ser barrado
pelo saudoso guarda belo

tentar sair pelo meio dos carros, pular o muro transpor as grades
xingar a chata vice diretora
andar no tunel magico
ou quem sabe fazer o velho foguete decolar
bateu,
acabou o recreio.

Lápis de cor

A tarde de ir ao parque, o gosto do chocolate, correr, simplismente. O pensamento inocente, o tempo do tempo, da corda, da bola.
Poesia são olhos de criança.

16 de mar. de 2010

3.3 = 11:11

3.3 = 11:11





saudade
saudade da velha sincronia, aquela que já não se sente mais
as mordidas que não doem
o cheiro que não há
o vento que há muito não sopra
e o catavento nem pode mais girar

mas é assim que desenrola, que faz o mundo girar, não é solidão nem carência.
é a saudade de amar.




sem pontos sem jogos e sem dor, sem cor.
só a terra e a mesma velha flor
os mesmos passos mesma configuração
o mesmo prazer do poeta
há dor
na ilusão.


lagrima que serve que sirva que servo
duramente tratada, aprisionada
já não pode sair e gritar
a minha lagrima tenho medo de secar